Após propor proibição, secretário recua e propõe destinar 13% da Marquise do Ibirapuera para skates e patins, além de criar área infantil
16/12/2025
(Foto: Reprodução) O secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo (SVMA), Rodrigo Kenji Ashiuchi (PL), apresentou nova proposta de uso da Marquise do Ibirapuera nesta segunda-feira (15).
Acervo pessoal
Depois de apresentar uma minuta de proibição de esportes como skate e patins na Marquise do Ibirapuera, o secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Rodrigo Kenji Ashiuchi (PL), recuou da proposta. Ele mostrou ao Conselho Gestor do Parque uma proposta de uso compartilhado do espaço a partir da reinauguração, que acontecerá em 25 de janeiro de 2026.
Antes de a Marquise ser fechada para uma reforma de R$ 86,9 milhões, os praticantes de skate e patins podiam usar livremente o espaço até mesmo para treino profissional.
Na proposta debatida na reunião desta segunda-feira (15), Ashiuchi sugeriu que uma área de 3.600 metros quadrados seja destinada a essas modalidades de esporte. Isso destinaria cerca de 13% dos 27 mil metros quadrados da Marquise às modalidades esportivas.
A gestão Ricardo Nunes (MDB) também propôs a criação no local de uma área infantil de esportes, com cerca de 700 metros quadrados, em que até bicicletas infantis, com no máximo aro 12, poderão circular. O espaço infantil corresponde a 2,5% do total da Marquise.
Prefeitura quer reinaugurar Marquise do Ibirapuera com restrições a patins, skate, bicicletas e piqueniques
Pela nova minuta, estará proibida a circulação na Marquise de patinetes elétricos, bicicletas, motocicletas ou qualquer outro veículo elétrico que exceda os 10 km por hora.
Também segundo o documento, a concessionária Urbia poderá usar o restante do espaço para eventos, como feiras de artesanatos e de livros, ativações publicitárias e até pequenos shows com voz e violão apenas, para não comprometer a estrutura projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
A ideia da prefeitura é que o novo regramento já esteja decretado pela pasta do Verde em 25 de janeiro, quando o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pretende reinaugurar o espaço depois de quase sete anos fechado.
Na reunião em que apresentou a proposta, Rodrigo Ashiuchi afirmou que o objetivo é manter a convivência pacífica e democrática da Marquise, sem alterar a vocação cultural do espaço e de transição entre as áreas do Ibirapuera, garantindo a segurança dos visitantes.
Proposta de compartilhamento da Marquise do Ibirapuera pelas diversas modalidades esportivas.
Reprodução/Teams
A proposta foi bem aceita por patinadores e skatistas que compareceram à reunião, mas muitas ressalvas foram feitas em relação ao espaço da Urbia para a realização dos eventos.
Os dois grupos concordaram em eventualmente dividir o espaço de patins e skates com a turma que treina para competições de Bikes BMX, até que um novo espaço para essas práticas seja construído no parque para atendê-los.
Nem a Urbia nem a secretaria deram prazos para que isso aconteça.
Conselho gestor do parque
Os conselheiros do Ibirapuera querem que a secretaria delimite o tamanho dos eventos que a Urbia pretende autorizar na área e também o espaço que ela vai ocupar na Marquise, para que não seja ameaçado o direto de uso público da área.
Participando da reunião remotamente, o diretor comercial da Urbia, Samuel Lloyd, não demonstrou interesse na delimitação de área e destacou que a Marquise do Ibirapuera sempre fez parte do contrato de concessão do parque assinado com a Prefeitura de São Paulo.
“Nós não pretendemos usar a área toda da Marquise, nem promover grandes shows no local. O uso da Marquise está no contrato de concessão e, caso ele não ocorra, a gente pode pedir reequilíbrio econômico-financeiro do contrato”, destacou.
Reunião do Conselho Gestor do Parque do Ibirapuera nesta segunda-feira (15).
Acervo pessoal
Rodrigo Ashiuchi disse que o texto ainda vai passar por alterações antes de ser submetido a Nunes e deve acolher parte das reivindicações dos conselheiros. O secretário do Verde não garantiu, entretanto, que vá delimitar a área de uso da Urbia para ações comerciais.
“É uma proposta coletiva que está sendo construída. Chamei alguns grupos para conversa antes dessa reunião para apresentar a proposta e construir um consenso. A ideia é fazer ajustes antes de apresentar para o prefeito Ricardo Nunes em definitivo. Ele vai que dar o aval, se concorda ou não com tudo o que está sendo debatido e acordado”, afirmou o secretário.
Na proposta anterior apresentada por Ashiuchi ao Conselho Gestor do Ibirapuera, a secretaria pretendia proibir todo tipo de modalidade esportiva na Marquise -- e até piqueniques.
A pedido da Urbia, a área seria totalmente destinada a ativações publicitárias e eventos contratados pela concessionária, mas a repercussão negativa fez o secretário repensar a ideia.
Outro fator foi que, segundo o g1 apurou, , desde que autorizou a reforma da área tocada pela concessionária, o prefeito sempre foi contrário a qualquer proibição de uso da Marquise.
Ashiuchi chegou a dar entrevistas dizendo que a minuta inicial não era um documento oficial em debate, mas sim um texto que havia sido vazado na imprensa. Mas a proposta está devidamente registrada em ata da reunião de outubro no parque, onde foi apresentada a minuta de proibição a que o g1 teve acesso.
Nova proposta de minuta da regulamentação do uso da Marquise do Parque do Ibirapuera.
Reprodução
Conselho gestor cobra plano de uso da marquise do Ibirapuera